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Sandra Bastos

LUÍS VIEIRA

 

Tinha o sonho de ser o músico e trompista mais completo possível. Essa busca pela perfeição levou-o da sua terra, Castelo de Paiva, para Castelo Branco, Porto, Madrid, Saragoça, Zurique, Berlim e, por fim, Lisboa, onde está atualmente a desempenhar o lugar de 1º Trompa na Orquestra Sinfónica Portuguesa. Ainda muito jovem, Luís Vieira tem já um lugar marcado na história da música portuguesa: foi um dos raros músicos nacionais a ser admitido na Academia Karajan e a tocar na Orquestra Filarmónica de Berlim.

 

Começou a estudar Piano aos seis anos de idade porém, aos 14, mudou para Trompa: “Recordo-me de ver um concerto no Coliseu dos Recreios, com a Orquestra de Chicago e o maestro Daniel Barenboim, onde tocaram a Sinfonia de Mahler, nº 5, com Dale Clevenger na posição de 1º Trompa. Foi em 2000, eu tinha 12 anos e, desde aí, apaixonei-me pelo som da Trompa, comecei a ouvir só cds de trompa, bandas sonoras de filmes, etc., até que consegui convencer os meus pais a trocar de instrumento.”

 

Na Academia de Música de Castelo de Paiva, onde o seu pai é diretor pedagógico, aprendeu a tocar e a gostar de música. Quando ingressou na ESART, em Castelo Branco, a sua forma de ver o mundo da música mudou: “Ao conhecer melhor o que se passava no país, ao conhecer outros estudantes de trompa, apercebi-me que, para ter algum sucesso, teria de trabalhar bastante, e de desenvolver muito a minha técnica na Trompa. Foi importante o acompanhamento do Prof. Paulo Guerreiro ao longo dos três anos de licenciatura.”

 

“Sempre senti que tinha muito a aprender, e que o caminho era e ainda é longo”

Luís Vieira pode definir-se como um “eterno insatisfeito”. Depois de terminar o curso superior, fez as malas e foi à procura de mais no Conservatório Superior de Música de Aragón, em Saragoça, e na Escuela Superior de Musica Reina Sofia, em Madrid. Paralelamente, frequentava o curso livre na ESMAE, com Abel Pereira e Bohdan Sebestik.

 

“Senti necessidade de abrir horizontes e conhecer outras realidades, outras formas de ver a música. Sempre senti que tinha muito a aprender, e que o caminho era e ainda é longo. O meu objetivo foi o de tentar alcançar determinado patamar e ser o músico e trompista mais completo possível. Procurei trabalhar com músicos que são referência para mim, experimentar diferentes escolas de Trompa, que pressupõem maneiras diferentes de tocar o instrumento. Contactar com diferentes culturas, músicos e ideias fez-me também abrir horizontes”, explica.

 

Em Saragoça, trabalhou com Sarah Willis e Eric Terwilligher, “figuras importantíssimas no panorama alemão e internacional da trompa”. Mas o seu modelo era Radovan Vlatkovic, “a todos os níveis, principalmente no som”. Foi para Madrid para o conhecer, ficando lá durante dois anos. Depois, seguiu o mestre em Zurique, tendo concluído o mestrado na Universidade das Artes.

 

Na Academia da Filarmónica de Berlim

Entrar na Academia Herbert von Karajan da Orquestra Filarmónica de Berlim foi, até agora, o auge da sua carreira, um sonho que não ousava sequer sonhar : “Foi obviamente uma experiência única, que me marcou a nível pessoal e profissional”.

 

Recorda o primeiro ensaio com a Filarmónica de Berlim, onde se vi no meio de alguns dos seus principais ídolos. Conta que pôde observar a forma como se trabalha numa das melhores orquestras do mundo, com os melhores maestros, nas melhores salas, ao lado dos melhores executantes: “Tudo isso estabeleceu um patamar e uma exigência que nunca tinha experimentado antes. Foi realmente impressionante comprovar a forma como tocam como uma unidade, como reagem e comunicam entre si na música, o som da orquestra, a maneira como pensam todos quase da mesma maneira, mas cada um consegue dar o seu toque e contributo único.”

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