Luís Duarte Moreira laureado na Alemanha

“Nunca desistir e lutar sempre por mais e melhor é o pilar do sucesso”

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Sandra Bastos

  • Luís Duarte Moreira
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Luís Duarte Moreira foi laureado com o 2º Prémio no prestigiado Concurso de Markneukirchen, na Alemanha. O 1º Prémio não foi atribuído. O jovem trompista estuda atualmente na Hochschule für Musik "Hanns Eisler“ em Berlim, na classe da professora Marie-Luise Neunecker, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Integra a Banda Sinfónica Portuguesa (BSP), a Orquestra XXI e após concurso, está a desempenhar um período de experiência na função de chefe de naipe da Orquestra Sinfónica do Porto - Casa da Música.

 

 

“a humildade e o trabalho foram os principais segredos para obter este prémio”

 

Ser laureado com o prémio no Concurso de Markneukirchen foi “algo único”, que nunca pensou conseguir: “O meu objetivo sempre foi aproveitar ao máximo todas as oportunidades que surgiam pois, de uma forma ou de outra, podemos sempre aprender e evoluir, quer humana ou artisticamente. Alcançar este prémio foi algo que nunca esquecerei e dar-me-á mais alicerces para continuar a lutar na minha carreira”.

 

“Penso que a humildade e o trabalho foram os principais segredos para obter este prémio. Também o apoio que tenho quer de família, namorada, amigos, é muito importante pois dá-me força para ultrapassar as dificuldades e nunca desistir face às adversidades”, sublinha.

 

 

A experiência na Orquestra Sinfónica Casa da Música

 

Neste momento, o jovem trompista está a realizar um período de experiência como Chefe de Naipe na Orquestra Sinfónica do Porto - Casa da Música, juntamente com o seu colega Nuno Vaz – começou em setembro e irá prolongar-se até meados de 2017.

 

Para Luís Duarte “está a ser uma experiência muito enriquecedora e muito desafiante mas, de igual modo, um sonho tornado realidade”. Confessa que nunca imaginou que um dia pudesse “estar a desempenhar uma posição com tanta responsabilidade e a trabalhar numa das orquestras mais importantes do nosso país”.

 

 

Os momentos e os professores

 

Na sua curta carreira, destaca os concertos em orquestra e música de câmara, recitais, masterclasses, entre outros, que têm marcado o seu percurso. Porém, outros momentos foram ainda mais marcantes, como a sua primeira colaboração com uma orquestra profissional, ser laureado com o prémio de Markneukirchen, tocar a solo com orquestra, entrar no mestrado em Berlim e esta audição para a Orquestra Sinfónica do Porto.

 

Não esquece a ajuda preciosa dos professores Hélder Vales, Abel Pereira, Bohdan Sebestik e o próprio Nuno Vaz. E também da sua professora atual - Marie-Luise Neunecker. “E todos os meus amigos trompistas e músicos que sempre estiveram comigo quando mais precisei”, acrescenta.

 

 

“o apoio cultural que recebemos no nosso país não corresponde à matéria-prima que temos”

 

Decidiu fazer mestrado em Berlim, porque queria “arriscar na aventura de estudar no estrangeiro, encontrar novas ideias e novos métodos de como encarar a música e a trompa”. Na Alemanha, percebeu que “o apoio cultural que recebemos no nosso país não corresponde à matéria-prima que temos, infelizmente”.

 

Da matéria-prima portuguesa realça, naturalmente, o nível dos trompistas e aponta um exemplo: “No ano em que entrei no mestrado em Berlim, em cinco vagas para a escola, três foram para trompistas portugueses. E como este existem mais exemplos. Posso assegurar que os trompistas portugueses estão a cada ano que passa a marcar o seu lugar no panorama musical internacional”.

 

Acredita que com mais apoios, a cultura em Portugal teria outro desenvolvimento, com patamares idênticos aos vividos no estrangeiro: “Sei que os tempos são difíceis, mas muitos esforços poderiam ser canalizados para que a oferta de emprego surgisse e aumentasse, pois matéria-prima e talento não faltam”.

 

 

“Nunca desistir e lutar sempre por mais e melhor é o pilar do sucesso”

 

Como músico, defende que cada um deve traças as suas metas e objetivos e “não deixar fugir a oportunidade de fazer provas, concursos, audições, mesmo que as “hipóteses”, se assim quisermos chamar, sejam reduzidas”.

 

Conta que desde que começou a estudar Trompa, era incentivado pelo seu professor – Hélder Vales, “a fazer as mais variadas provas”. As respostas negativas aconteceram muitas vezes, “a tristeza foi muita”, mas cada performance ajudou-o “a crescer”.

 

“Nunca desistir e lutar sempre por mais e melhor é o pilar do sucesso”, afirma. Agora quer “usufruir ao máximo” a experiência que está a viver na Orquestra Sinfónica do Porto e terminar o mestrado: “Depois as coisas vão surgindo, como continuar a apresentar-me em concursos, concertos de música de câmara e enfim, desfrutar do prazer que é fazer música”.

 

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