Da Capo
O músico e compositor António Pinho Vargas apresenta, no próximo dia 15 de junho, o seu mais recente trabalho discográfico Oscuro / Six Portraits of Pain, editado pela Artway Next. O lançamento decorrerá às 16h na Cibermúsica, na Casa da Música, e contará com uma conversa com convidados e a exibição de um vídeo-documentário, realizado por Adriana Romero, dedicado à vida e obra do compositor.
As obras reunidas neste disco resultam de encomendas da Casa da Música e foram estreadas pelos seus agrupamentos residentes: Six Portraits of Pain foi interpretada pelo Remix Ensemble em 2005, com a participação do violoncelista finlandês Anssi Karttunen, durante a inauguração da Casa da Música; já Oscuro teve a sua estreia mais recente, em outubro de 2022, pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, sob a direção do maestro Pedro Neves.
Segundo António Pinho Vargas, “Os 6 retratos da dor (Six Portraits of Pain) da obra, com a sua forma e os seus alicerces compostos a partir de 6 frases de textos (pequenos excertos de escritos dispersos e de várias proveniências, cartas, poemas, etc.) escritos na partitura sendo os músicos convidados a ler, dos autores que dão os títulos a cada um deles; Oscuro cujas metáforas fundadoras resultaram dos eventos-catástrofe com milhões de mortos nos anos antecedentes, a pandemia seguida de guerras, ainda em curso no momento em que escrevo, com o seu cortejo de desgraças. Radica neste contexto global a primeira frase da nota de programa que aqui repito: “Cada obra é sempre uma resposta às determinações de um corpo e às determinações de um mundo”. No entanto, os 17 anos que separaram as duas estreias podem explicar parcialmente as diferenças que passo a tentar apenas apontar. Foram 17 anos que deram tempo a todas as crises criativas que afectam os compositores enquanto, ao mesmo tempo, os obrigam a encontrar as mais diversas maneiras de avançar no fazer-das-obras. As entidades temáticas de uma e de outra são muito diversas e objecto de um tratamento muito diferenciado.”